O Leão de Ouro por conjunto de obra da 17ª Exposição Internacional de Arquitetura de La Biennale di Venezia foi concedido ao arquiteto, educador, crítico e teórico espanhol Rafael Moneo. Selecionado pela Diretoria da Biennale di Venezia, por recomendação do Curador da Biennale Architettura 2021, Hashim Sarkis, o reconhecimento será concedido ao arquiteto no sábado, 22 de maio de 2021, juntamente com o Leão de Ouro Especial concedido para Lina Bo Bardi.
O primeiro arquiteto espanhol a receber o Prêmio Pritzker, Rafael Moneo (Tudela, Espanha,1937) é famoso por seus edifícios contextuais e por seu compromisso com os estilos modernistas. Atraído inicialmente pela filosofia e pintura, ele foi influenciado por seu pai - um designer industrial - a seguir carreira na arquitetura. Formado em 1961 pela Escola Técnica Superior de Madri, o arquiteto trabalhou durante seus primeiros anos com Francisco Javier Sáenz de Oiza em Madri e com Jørn Utzon em Hellebaeck, Dinamarca, antes de retornar à Espanha e abrir seu próprio escritório em 1965.
Educador, Moneo começou a lecionar na Escola Técnica Superior de Madri, e depois na Escola Técnica Superior de Barcelona. Em 1985, foi nomeado Presidente do Departamento de Arquitetura da Escola de Design da Universidade de Harvard, cargo que ocupou até 1990. Em 1991 foi nomeado para a cadeira Josep Lluís Sert, como professor de arquitetura da Escola de Pós-Graduação em Design da Universidade de Harvard, onde continua lecionando como Professor Emérito.
Entre suas obras mais conhecidas estão a transformação do Palácio Villahermosa no Museu Thyssen-Bornemisza (1989-92), a Fundação Pilar e Joan Miró em Palma de Mallorca (1987-1992), o Edifício Diagonal em Barcelona (em colaboração com Manuel de Solá-Morales, 1988-1993), os Museus de Arte Moderna e Arquitetura de Estocolmo, Suécia (1994-98), o Auditório e Centro de Congressos Kursaal em San Sebastián (1991-1999), a Extensão do Museu do Prado (2001-2007), o Souks em Beirute (1996-2009), o Northwest Science Building da Universidade de Columbia (2007-2010), o Instituto de Neurociência de Princeton e o Peretzman-Scully Hall (2007-2013).
Para celebrar Rafael Moneo, o curador Sarkis montou uma pequena exposição dentro do Pavilhão do Livro no Giardini: uma seleção de maquetes e fotos emblemáticas dos edifícios realizados pelo arquiteto espanhol, que podem ser vistas como uma resposta à pergunta "Como viveremos juntos?".
Leia a declaração de Hashim Sarkis.
Rafael Moneo é um dos arquitetos mais inovadores de sua geração.
Como profissional, e através de sua ampla gama de edifícios, como o Auditório Kursaal, o Museu do Prado, a Estação de Trem de Atocha e a Catedral de Los Angeles, ele destacou a capacidade de cada projeto arquitetônico em responder a contingências locais e de programa enquanto as transcende.
Como educador, ele guiou rigorosamente várias gerações de arquitetos para a arquitetura como uma vocação. Como estudioso, ele combinou suas proezas visuais e rigor analítico para ajudar a reinterpretar alguns dos edifícios históricos mais canônicos com um olhar fresco.
Como crítico da cena contemporânea, ele escreveu sobre fenômenos emergentes e projetos-chave, e estabeleceu alguns dos diálogos mais importantes no cenário atual da arquitetura com colegas de todo o mundo.
Ao longo de sua longa carreira, Moneo tem mantido uma proeza poética, lembrando-nos dos poderes da forma arquitetônica para expressar, moldar, mas também para perdurar. Ele também tem sido tenazmente comprometido com a arquitetura como um ato de construção.
A conquista do Leão de Ouro para uma carreira só é digna do arquiteto que participou do projeto habitacional Giudecca de 1983, que ganhou o concurso para o novo Palácio de Cinema no Lido di Venezia, em 1991, e que tirou muitas lições da arquitetura de Veneza.
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